Tinha medo de ir tarde mas ao final cheguei com tempo de sobra, ela ainda não estava pelo que decidim aguardar na porta. Metro Pirámides, saída do cercanias, como combináramos. Alguém veio cara mim sorrindo e falou com sotaque que me pareceu romeno.

– O estádio Vicente Calderón?
– Ah, sim. Baixa toda esta rua até o rio e já o vês.
– Obrigado!

Mirei o relógio e ainda faltavam 10 minutos para a hora acordada, dei uma olhada ao meu redor e localizei um bar. “Vou-lhe botar uma cerveja para fazer tempo”, para fazer tempo e calmar os nervos.
A porta do bar estava quase atrancada com as cadeiras do terraço, que esse dia não estava a funcionar devido, seguramente, ao frio invernal de Madrid; o que me fez pensar que o local estava fechado. Mas não, abrim a porta e entrei a o calor agradável do estabelecimento.

A cerveja vinha acompanhada de uma tapa de croquetes que a camareira assegurava serem de presunto mas a mim tinham-me um suspeitoso sabor a bacalhau. Depois de engolir as croquetes e beber a “caña” mais cara de todo Madrid voltei à rua, já era a hora.
Outra pessoa foi decidida cara mim, outra vez esse sotaque exótico.

– Para o estádio Vicente Calderón?
– Eh, todo para abaixo, até chegares ao rio.
– Muito obrigado.

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O minha estreia motorizada sobre duas rodas.

“Que caralho haverá no estádio?”. As 17:25, passavam dez minutos, já comecei a pensar que esquecera a cita quando a vi chegar, tinha de ser ela, uma Hyosung GT 125 de cor negra e sobre ela vinha Felipe, o que ia ser o meu professor.
Um breve saúdo, capacete, luvas e lá estava eu de passageiro caminho à garagem de Felipe para começar com a minha primeira lição de condução de moto.

A aventura começara.